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FCP 3 - Braga 2 - Um líder, 2 campeões

O FC Porto ganhou um grande jogo de futebol ontem à noite. Tão grande, de facto, que lhe permitiu amealhar não só os três pontos que discutiu no Dragão com o Braga, mas também os dois que o Sporting perdeu em Alvalade e os três que o Benfica deixou ficar em Guimarães. De uma cajadada, a equipa de André Villas-Boas acertou em cheio nas três lebres que lhe discutem o primeiro lugar na corrida pelo título, assegurando uma vantagem considerável na frente do pelotão. Para o conseguir, o FC Porto teve de vencer o maior obstáculo que encontrou esta temporada - sim, mesmo maior do que o Benfica - num duelo que lhe testou os limites e que lhe esgotou as forças, mas que também revelou uma equipa suficientemente madura para reagir às contrariedades sem ceder aos ataques de ansiedade que lhe tolhiam os movimentos num passado recente. Pela frente, o FC Porto encontrou um Braga enorme, maior do que qualquer dos ditos grandes, capaz de olhar o líder nos olhos sem piscar e de o obrigar a dar absolutamente tudo para não deixar nada para trás. Aliás, durante muito tempo, foi a equipa de Domingos que esteve por cima de um jogo que também foi decidido no tabuleiro de xadrez onde mandam os treinadores.

André Villas-Boas cumpriu a máxima que aconselha a não mexer em equipa que ganha e apresentou o 4x3x3 do costume, embora de início com Hulk à esquerda e Varela à direita de Falcao. Domingos foi mais criativo. O treinador do Braga inverteu o triângulo do meio-campo, colocando Salino ao lado de Vandinho na dupla de pivôs defensivos, e fazendo Luis Aguiar avançar para o apoio directo a Lima, no ataque, assegurando o encaixe perfeito com o trio do miolo portista. Mais do que isso, o treinador do Braga fez a sua defesa subir, diminuindo a distância para o meio-campo e aumentando exponencialmente a densidade populacional na zona onde o FC Porto gosta de trocar a bola. Uma jogada arriscada, atendendo à velocidade de Hulk e Varela nas alas, mas bem sucedida na forma como durante muito tempo conseguiu asfixiar a criatividade do meio-campo portista. De resto, essa subida das linhas recuadas do Braga permitiam à equipa de Domingos pressionar alto e começar a construção ofensiva já muito perto do meio-campo portista, garantindo muitas vezes a igualdade numérica com os defesas portistas. O lance do primeiro golo - um livre fabuloso de Luis Aguiar - nasceu precisamente de uma recuperação de bola no meio-campo ofensivo que obrigou Fernando a cometer falta em zona frontal.

André Villas-Boas reagiu à desvantagem deslocando Varela para a esquerda e devolvendo Hulk à direita onde o Incrível iria explorar as debilidades defensivas de Elderson até à exaustão… de ambos. Foi Hulk quem desenhou o primeiro golo do FC Porto, ultrapassando o lateral em velocidade, para oferecer a igualdade a Varela, e também foi Hulk quem marcou o segundo dos portistas, mais uma vez às custas de Elderson, desequilibrado pelo passe de calcanhar de Álvaro Pereira. Domingos acabaria por ceder à evidência, trocando o nigeriano por Miguel Garcia que iria para a direita, libertando Sílvio para a marcação a Hulk na esquerda. Antes disso, Lima tinha contrariado o domínio que o FC Porto exerceu durante quase toda a segunda parte com mais um golo monumental, garantido por um remate disparado a cem quilómetros por hora e a uns bons trinta metros da baliza de Helton.

Ao fim de uma hora, o jogo estava empatado e, mais do que isso, dividido e tão imprevisível e incerto como quando começou. O FC Porto dominava, forçava, empurrava, mas o Braga não torcia. Acabaria por quebrar num lance de insistência de Falcao, que deixaria a bola à mercê de Varela para um remate indefensável. Aos 70 minutos, o FC Porto chegava à vantagem pela primeira vez. O Dragão explodiu, mas voltaria a engolir em seco quando percebeu as dificuldades de Hulk numa altura em que Villas-Boas já tinha esgotado as substituições. O Braga percebeu a fragilidade e carregou, o FC Porto reconheceu a debilidade e resistiu. Ambos como campeões.

FC Porto, 3 - Braga, 2

Estádio do Dragão

Relvado Bom

Espectadores 47617

Árbitro: Pedro Proença (Lisboa)

Golos

0-1 Luís Aguiar 18'

1-1 Varela 33'

1-2 Lima 61'

2-2 Hulk 63'

3-2 Varela 70'

FC Porto

Helton, Sapunaru, Rolando, Maicon, Álvaro Pereira, Fernando, João Moutinho (Ruben Micael, 66), Belluschi, Varela (Souza, 82), Hulk e Falcao (Cristian Rodriguez, 77).

Treinador André Villas-Boas

Braga

Felipe, Sílvio, Moisés, Rodriguez, Elderson (Miguel Garcia, 65), Vandinho, Luís Aguiar (Hugo Viana, 72), Leandro Salino, Alan, Paulo César e Lima (Matheus, 67).

Treinador Domingos Paciência


Fonte:OJOGO